domingo, 26 de julho de 2015

Sonhos adiados


          O que destrói uma geração não são os sonhos adiados, é a ausência da equidade 


UHF "A Minha Geração"

A minha geração
acreditou em promessas
engrossou a procissão
foi indo na conversa
aceitou o futuro
como se fosse presente
a cenoura e o burro
qual dos dois vai à frente
a minha geração
deu tudo por uma casa
mistério e padrão
de uma vida hipotecada
encheu-se de rotinas
começou pelo casamento
uma vida preenchida
sem nada por dentro
a minha geração
ainda fuma uns charros
essa espécie de que acende o passado
transferiu para os filhos
os sonhos adiados
chamou-lhe destino
nos versos de um fado

a minha geração
trocou a felicidade
por bens de consumo
mas jura e acontece
que quer ir mudar o mundo
jogou à cabra cega
deixou-se apanhar
a vida é uma arena
onde nos querem lixar

a minha geração

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Voltar

Há dias que tanto faz.
Há dias que tudo faz.
Há dias que nada faz.





João Pedro Pais - Um Volto Já

Quero os teus dedos molhados bastante salgados
Encosta os teus lábios aos meus
Mal o meu corpo te encontra, já estas pronta
Mas fazes de conta que não me queres

Tu és... Mais do que um beijo
Sentes desejo houve o coração bater
Mais depressa enquanto me embalas e perdes a fala
Tem cuidado não me faças sofrer

Eu venho de longe, estou quase a chegar
Apresento-me hoje,
Porque amanhã, quero estar

Não demoro, quero-te agora
Fica na porta, um volto já
Mal me conheces,
Mas não me esqueces
Chego mais cedo
Mas não posso ficar

Caio na tua rede,
Matas-me a sede
Olho-me ao espelho a vapor e suor
Fixa, o olhar no escuro
Quero que vejas o meu e o teu esplendor

Fica, bem mais de perto
Tiro-te a teima
O que tens tu para dizer
Sei mais do que tu julgas

Manias novas e há tanta noite a preencher
Eu e tu somos muitos
Não podemos falhar
O que perdemos ontem
Hoje vamos ganha

quarta-feira, 15 de julho de 2015

A perfeição não existe

Quando damos conta que a perfeição não existe, tudo se torna mais fácil 


Alcoolémia - Até onde posso ir

Queria saber até onde posso ir
Queria conhecer os teus olhos e o teu sorrir
Aprender contigo aquilo que não sei
Perguntar como amigo o que nunca perguntei
E saber se existe amor entre nós
Não quero ser, não sou capaz
De ser mentira e aliás toda a verdade é que não sei até onde posso ir

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Ao desengano


    “A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos.
      O quadro é único, a moldura é que é diferente.”

                                      Florbela Espanca




Rodrigo Leão - Vida Tão Estranha

São de veludo as palavras
Daquele que finge que ama
Ao desengano levo a vida
A sorte a mim já não me chama

Vida tão só
Vida tão estranha
Meu coração tão maltratado
Já nem chorar
Me traz consolo
Resta-me só um triste fado

A gente vive na mentira
Já não dá conta do que sente
Antes sozinha toda a vida
Que ter um coração que mente

Vida tão só
Vida tão estranha
Meu coração tão maltratado
Já nem chorar
Me traz consolo
Resta-me só um triste fado

sábado, 4 de julho de 2015

Justamente

          Algarve / Portugal

Somos seres de constantes mudanças, e justamente por isso, cada minuto é precioso.


Aldina Duarte- Dois Ponteiros

Andas tão outro estes dias
Que dou por mim a cismar
Que vivo ao lado de um estranho
Se chego a rir, desconfias
Mas, se me dá para chorar
Nem queres saber o que tenho

Já não sei o que fazer
Se chego tarde, protestas
Se venho cedo, não estás
Ai, quem me dera entender
Porque o que agora contestas
Mais logo tanto te faz

Andas tão longe estes dias
Que ainda agora pensei
Que fui eu que me perdi
Se não estou onde tu querias
Basta dizeres-me onde errei
E volto a correr para ti

A mim não me pesa a culpa
Mas, se culpada me crês
Eu confesso o que não fiz
E até te peço desculpa

 Mesmo não tendo de quê
Só para te ver mais feliz