quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Cada dia é um bico d'obra

Mais importante da vida não é saber onde se está, mas sim para onde se vai.


Ana Moura - Dia de Folga

Manhã na minha ruela, sol pela janela
O Sr. jeitoso dá tréguas ao berbequim

O galo descansa, ri-se a criança
Hoje não dá birras, a tudo diz que sim

O casal em guerra do segundo andar
Fez as pazes, está lá fora a namorar

Cada dia é um bico d'obra
Uma carga de trabalhos, faz-nos falta renovar
Baterias, há razões de sobra
Para celebrarmos hoje com um fado que se empolga
É dia de folga!

Sem pressa de ar invencível, saia, saltos, rímel
Vou descer à rua, pode o trânsito parar

O guarda desfruta, a fiscal não multa
Passo e o turista, faz por não atrapalhar

Dona Laura hoje vai ler o jornal
Na cozinha está o esposo de avental

Cada dia é um bico d'obra
Uma carga de trabalhos, faz-nos falta renovar
Baterias, há razões de sobra
Para celebrarmos hoje com um fado que se empolga
É dia de folga!

Folga de ser-se quem se é
E de fazer tudo porque tem que ser
Folga para ao menos uma vez
A vida ser como nos apetecer

Cada dia é um bico d'obra
Uma carga de trabalhos, faz-nos falta renovar
Baterias, há razões de sobra
Para celebrarmos hoje com um fado que se empolga
É dia de folga!

Cada dia é um bico d'obra
Uma carga de trabalhos, faz-nos falta renovar
Baterias, há razões de sobra
Para celebrarmos hoje com um fado que se empolga
É dia de folga!

Este é o fado que se empolga
No dia de folga!
No dia de folga!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

O que não dizes

Às vezes acreditamos de olhos fechados nas coisas que não são ditas


Paulo Gonzo - Sei de Cor

Sei de cor
Cada traço
Do teu rosto
Do teu olhar.
Cada Sombra
Da tua voz.
E cada silêncio
Cada gesto que tu faças
Meu amor sei-te de cor

Sei
Cada capricho teu
E o que não dizes
Ou preferes calar.
Deixa-me adivinhar
Não digas que o louco sou eu
Se for tanto melhor
Amor sei-te de cor

Sei
Por que becos te escondes.
Sei ao pormenor
O teu melhor e o pior.
Sei de ti mais do que queria
Numa palavra diria
Sei-te de cor

Sei
Cada capricho teu
E o que não dizes
Ou preferes calar.
Deixa-me adivinhar
Não digas que o louco sou eu
Se for tanto melhor
Amor sei-te de cor

Sei de cor
Cada traço
Do teu rosto
Do teu olhar.
Cada Sombra
Da tua voz.
E cada silêncio
Cada gesto que tu faças
Meu amor sei-te de cor

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Pode ser

“Que o momento mais deprimente é quando juntamos tudo que se sente.”


De Mares e Marias- António Zambujo

Pode ser
Que a tarde pare para ver mais uma vez
O sol perder-se no mar
Tu e eu

Pode ser
Que a noite queira dizer tanta coisa
Mais de uma vez
Eu sei, eu sei
Pode o amor passar
Ninguém saber

domingo, 3 de janeiro de 2016

Faz de Conta


É preferível a dor da realidade do que viver a ilusão do faz de conta



João Pedro Pais - "um volto já"

Quero os teus dedos molhados, bastante salgados
Encosta os teus lábios aos meus
Mal o meu corpo te encontra, já estás pronta
Mas fazes de conta que não me queres

Tu és, mais do que um beijo
Sentes desejo houve o coração bater
Mais depressa enquanto me embalas e perdes a fala
Tem cuidado não me faças sofrer

Eu venho de longe
Estou quase a chegar
Apresento-me hoje
Porque amanhã, não vou estar

Não demoro, quero-te agora
Fica na porta, um volto já
Mal me conheces, mas não me esqueces
Chego mais cedo, mas não posso ficar

Caio na tua rede, matas-me a sede
Olho-me ao espelho a vapor e suor
Fixa o olhar no escuro
Quero que vejas o meu e o teu esplendor

Fica bem mais de perto
Tiro-te a teima
O que tens tu para dizer
Sei mais do que tu julgas

Tens manias novas e há tanta noite a preencher
Eu e tu somos muitos, não podemos falhar
O que perdemos ontem
Hoje vamos ganhar

Não demoro, quero-te agora
Fica na porta, um volto já
Mal me conheces, mas não me esqueces
Chego mais cedo, mas não posso ficar

Não demoro, quero-te agora
Fica na porta, um volto já
Mal me conheces, mas não me esqueces
Chego mais cedo, mas não posso ficar