sexta-feira, 27 de setembro de 2013

História


Descobri que o melhor a fazer é caminhar com os próprios pés, aproveitar o destino que acontece todos os dias, criar a própria história.
Voltar

Manhã Cinzenta
Faz me chorar
A chuva lembra
O teu olhar
As folhas mortas
Caem no chão
A dor aperta
O coração
Quanto eu não daria
Para poder voltar atrás
Volta pra meu peito
Daqui não saias mais

Perdi me AMOR
Pra te encontrar
Na solidão
Do teu olhar
No teu olhar
Se perde o meu
Também o mar
Se perde no céu
Quanto eu não daria
Para poder voltar atrás
Volta pro meu peito
Daqui não saias mais

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Pequenos gestos



Só o tempo é capaz de acalmar as inquietudes, faz-nos compreender que a vida também é constituída por um abraço, uma palavra, um sorriso, um olhar, pequenos gestos que fazem toda a diferença.


Vejam Bem
Vejam bem
Que não há só gaivotas em terra
Quando um homem se põe a pensar
Quando um homem se põe a pensar
Quem lá vem
Dorme à noite ao relento na areia
Dorme à noite ao relento no mar
Dorme à noite ao relento no mar

E se houver
Uma praça de gente madura
E uma estátua
E uma estátua de febre a arder

Anda alguém
Pela noite de breu à procura
E não há quem lhe queira valer
E não há quem lhe queira valer

Vejam bem
Daquele homem a fraca figura
Desbravando os caminhos do pão
Desbravando os caminhos do pão

E se houver
Uma praça de gente madura
Ninguém vem levantá-lo do chão
Ninguém vem levantá-lo do chão

Vejam bem
Que não há só gaivotas em terra
Quando um homem
Quando um homem se põe a pensar

Quem lá vem
Dorme à noite ao relento na areia
Dorme à noite ao relento no mar
Dorme à noite ao relento no mar

domingo, 22 de setembro de 2013

Dias Vazios


Viver em lugares vazios com pessoas de pensamentos vazios é inútil.
O que é verdadeiro permanece, volta e não vai embora. 


Dá-me uma gota de ti

Dá-me uma gota de ti
Uma palavra que seja
Despida de todos os sinais
Vestida noutro lugar
Onde apitem vendavais
E gaivotas a cantar

Dá-me uma flor desfolhada
Com seiva de água na boca
E lonjuras de moinhos
Como alquimias de vento
A rasgar céus em pedaços
Como estilhaços do tempo

Dá-me um chá preto das cinco
E o Bolero de Ravel
Com a pauta sussurrada
Entre beijos no meu peito
Lábios carnudos que eu sinto
E o sabor da tua pele

Dá-me um trago de ti mesma
Em copo de ouro e cristal
P'ra que escondidos na noite
Celebremos o teu corpo
Com excessos soletrados
Num desrespeito total

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

És tudo quando não há mais nada…


Quando existe um vazio sem fim,” resta admiração por um banco de jardim.”


Quem me leva os meus fantasmas

Aquele era o tempo
Em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes as palavras voavam,
E eu via que o céu me nascia dos dedos
E a Ursa Maior eram ferros acesos.
Marinheiros perdidos em portos distantes,
Em bares escondidos,
Em sonhos gigantes.
E a cidade vazia,
Da cor do asfalto,
E alguém me pedia que cantasse mais alto.
Quem me leva os meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
Quem me diz onde é a estrada?
Quem me leva os meus fantasmas?
Quem me leva os meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
E me diz onde e´ a estrada
Aquele era o tempo
Em que as sombras se abriam,
Em que homens negavam
O que outros erguiam.
E eu bebia da vida em goles pequenos,
Tropeçava no riso, abraçava venenos.
De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala
Nem a falha no muro.
E alguém me gritava
Com voz de profeta
Que o caminho se faz
Entre o alvo e a seta.


Quem leva os meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
Quem me diz onde é a estrada?
Quem leva os meus fantasmas?
Quem leva os meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
E me diz onde e a estrada

De que serve ter o mapa
Se o fim está traçado,
De que serve a terra à vista
Se o barco está parado,
De que serve ter a chave
Se a porta está aberta,
De que servem as palavras
Se a casa está deserta?


Quem me leva os meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
Quem me diz onde é a estrada?
Quem me leva os meus fantasmas?
Quem me leva os meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
E me diz onde e a estrada

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O céu não é de ninguém.


É infeliz quem não percebe a beleza da igualdade dos povos e a liberdade de expressão.

 
Homem nascido

Venho da terra assombrada,
Do ventre de minha mãe;
Não pretendo roubar nada
Nem fazer mal a ninguém.

Só quero o que me é devido
Por me trazerem aqui,
Que eu nem sequer fui ouvido
No acto de que nasci.

Trago boca para comer
E olhos para desejar.
Tenho pressa de viver,
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo;
Não tenho tempo a perder.

Minha barca aparelhada
Solta o pano rumo ao norte;
Meu desejo é passaporte
Para a fronteira fechada.
Não há ventos que não prestem
Nem marés que não convenham,
Nem forças que me molestem,
Correntes que me detenham.

Quero eu e a Natureza,
Que a Natureza sou eu,
E as forças da Natureza
Nunca ninguém as venceu.

Com licença! Com licença!
Que a barca se fez ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei-de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar
.

domingo, 15 de setembro de 2013

Voltas em Linhas Rectas


A vida é sempre a mesma coisa, é um panorama de equívocos e ilusões, as cores é que são diferentes.  


Vai Por Mim
não entres nesse comboio amor
que vai rumo a essa terra longe
onde as pessoas almoçam de pé
e nem sequer dizem olá
por isso vai por mim,
não entres nesse comboio amor
Não lhe atendas o telefone amor
ele só te vai trazer amargos
isso é porque ele não gosta de ti
e tu ainda gostas de mim
Por isso vai por mim
não lhe atendas o telefone amor
vai por mim
a cidade não te assenta bem
vai por mim
não deixes que te assentem
cimento no coração
não te cases já, ó meu amor
pensa bem no que isso significa
não te esqueças de olhar para trás
ainda tens quem te queira bem
por isso vai por mim
não te cases já, ó meu amor
Diz à mãe que me ligue, rapaz
sei como é a vida na cidade
e sei que nos pode consumir
ao ponto de se almoçar de pé
por isso vai por mim
diz à mãe que me ligue rapaz
aceita os meus pêsames amor
já passaram sei lá quantos anos
o teu homem, Deus já tem
e tu ainda teimas, criatura
vai por mim,
entra lá nesse comboio, amor
vai por mim
a cidade não te assenta bem
vai por mim
não deixes que te assentem
cimento no coração

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Para a Frente


Devo de ir atrás das outras pessoas, de outras coisas? A minha intenção é de não voltar mais atrás, é só de seguir em frente, cada vez mais para a frente.

Se eu voltasse atrás

Ainda me lembro
Quando tinha a tua idade
Corria pelas ruas
E não percebi
São esses tempos
Que nos deixam mais saudades
Os melhores momentos
Que eu já vivi
Se eu voltasse atrás
Por minha vontade
Trocava alguns anos desta vida
Por um só dia na tua idade
As noites passadas
À volta de uma fogueira
As histórias contadas
Em tom de brincadeira
Promessas eternas
E segredos que guardava
Os amigos que fazia
Por onde passava
Se eu voltasse atrás
Por minha vontade
Trocava alguns anos desta vida
Por um só dia na tua idade

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Calças na mão!


Mas que situação… sabe o que é? Deixe-me explicar… É difícil, não vou conseguir com as calças na mão.
 
 
 
Flagrante
Bem te avisei, meu amor
Que não podia dar certo
Que era coisa de evitar
Que como eu, devias supor
Que, com gente ali tão perto
Alguém fosse reparar

Mas não!
Fizeste beicinho e,
Como numa promessa
Ficaste nua para mim
Pedaço de mau caminho
Onde é que eu tinha a cabeça
Quando te disse que sim?

Embora tenhas jurado
Discreta permanecer
Já que não estávamos sós
Ouvindo na sala ao lado
teus gemidos de prazer
Vieram saber de nós
Nem dei por o que aconteceu
Mas mais veloz e mais esperta
Só te viram de raspão

A vergonha passei eu
Diante da porta aberta
Estava de calças na mão
 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Sensato


“Sermos verdadeiros com nós próprios, dizer o que sentimos sem rodeios para quem nos rodeia, deixar bem claro o quanto cada um é importante na nossa vida" É sensatez ou não?
 
 
 
As Regras da Sensatez
Nunca voltes ao lugar
Onde já foste feliz
Por muito que o coração diga
Não faças o que ele diz
Nunca mais voltes à casa
Onde ardeste de paixão
Só encontrarás erva rasa
Por entre as lajes do chão
Nada do que por lá vires
Será como no passado
Não queiras reacender
Um lume já apagado
São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta é de vez
Por grande a tentação
Que te crie a saudade
Não mates a recordação
Que lembra a felicidade
Nunca voltes ao lugar
Onde o arco-íris se pôs
Só encontrarás a cinza
Que dá na garganta nós
São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta é de vez
 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Santana da Serra/Odemira/Portugal


Segredos
Demoramos demasiado tempo para nos livramos dos segredos fechados, até ao dia, que de um momento para outro, descobrimos que temos uma vida pela frente para ser vivida.

Um Segredo Fechado
Longe daqui,
Tens um segredo guardado,
Para abrir,
Num lugar mais desejado,
Num lugar onde possas saber,
Que por ser segredo não podes dizer;
Serás tu a sombra que olhas no chão,
Serás a promessa que trazes na mão,
De que serve o teu disfarce e o teu secreto olhar,
Se não tens ninguém a quem te revelar,
Serás o silêncio ou um sonho desfeito,
Será teu o grito que arrancas do peito,
De que vale teres a Lua e o Céu inteiro para voar,
Se não tens ninguém a quem te poder dar;
Longe daqui,
Tens um desejo fechado,
Para abrir
Num lugar mais arejado,
Num lugar onde possas saber,
O que há já muito tempo ficou por dizer;
Serás tu a sombra que olhas no chão,
Serás a promessa que trazes na mão,
De que serve o teu disfarce e o teu secreto olhar,
Se não tens ninguém a quem te revelar,
Serás o silêncio ou um sonho desfeito,
Será teu o grito que arrancas do peito,
De que vale teres a Lua e o Céu inteiro para voar,
Se não tens ninguém a quem te poder dar;
Fixaste o teu olhar no meu,
Ficaste longe daqui,
Tu estás longe de ti,
Tão longe de nós,
Podes parar de saltar,
Noutro lugar;
Serás tu a sombra que olhas no chão,
Serás a promessa que trazes na mão,
De que serve o teu disfarce e o teu secreto olhar,
Se não tens ninguém a quem te revelar,
Serás o silêncio ou um sonho desfeito,
Será teu o grito que arrancas do peito,
De que vale teres a Lua e o Céu inteiro para voar,
Se não tens ninguém a quem te poder dar

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Imaginando



Pode pensar que sou idealista, certamente que não sou o único, “imagine todas as pessoas a partilhar o mundo, vivendo em paz e amor.”
 
Eu não sei bem quem tu és
Sei que gosto dos teus pés
Do teu olhar atrevido


Tu baralhas-me a razão
Invades-me o coração
E eu ando um pouco perdido


Troco tudo por um beijo
Mais vale morder um desejo
Que ter toda a fama do mundo


Troco tudo por um beijo
Mais vale morder um desejo
Que todo o dinheiro do mundo


Adivinha onde eu cheguei
Desde o tempo em que roubei a tua privacidade
Fiz de ti lírio quebrado
Fera de gesto acossado, vendi a tua ansiedade


Troco tudo por um beijo
Mais vale morder um desejo
Que ter toda a fama do mundo


Troco tudo por um beijo
Mais vale morder um desejo
Que todo o dinheiro do mundo


E agora que estamos sós, vamos ser apenas nós
Dar a volta ao argumento
Vamos fugir em segredo
Sumir por entre o enredo, soltar o cabelo ao vento


Troco tudo por um beijo
Mais vale morder um desejo
Que ter toda a fama do mundo


Troco tudo por um beijo
Mais vale morder um desejo
Que todo o dinheiro de mundo 
 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Sem Rumo


Quando se muda de caminho, “tudo contínua a ser igual? Escuta-se as mesmas palavras? Os sonhos são iguais? A esperança aumenta? Conquista-se a independência? “

Caminhos de Voltar

há sempre um sítio pra fugir,
se queres saber um sítio onde podes descansar.
há sempre alguém pra te agarrar, pra te esconder.
se vais cair eu vou-te ver antes da dança, antes da fuga, eu sei-te ver.
antes do tempo te mudar eu vou saber, antes da névoa te vestir e te levar,
há um sítio onde o escuro não chegou pra onde podes ir, um rio pra libertar.
há sempre alguém pra te salvar, se queres saber, se queres sentir a todo o gás.
há sempre alguém pra te dizer se vais cair pra te travar e adormecer.
antes do dia, antes da luta, eu sei-te ver.
antes da noite te sarar eu vou saber, antes da chuva te romper e te lavar,
há um sítio onde a estrada te deixou por onde tens que ir se te queres libertar.
e tudo o que for por bem, tudo o que der razão pelo ponto vai ligar.
tudo te vai unir, tudo se faz canção, no caminho de voltar, no caminho de voltar.
há sempre paz noutro lugar, entre nuvens,
um sítio onde podes perceber que há sempre alguém para te ver,
em segredo, te descobrir e renovar, e renovar.
te descobrir e renovar.
te descobrir e renovar.
te descobrir e renovar